A FOME

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Centenas fogem da fome no Níger

Centenas de pessoas esfomeadas, na sua maioria mulheres e crianças, estão a sair do Níger e a procurar refúgio e alimentação na Nigéria vizinha, afirmaram esta sexta-feira responsáveis e habitantes locais.

O comissário local da Agricultura, Sani Makana, afirmou à agência de notícias AFP que está «ao corrente dessa chegada de pessoas provenientes do Níger a certas zonas do Estado de Katsina», no norte da Nigéria.
 
Habitantes de Katsina e Makana adiantaram que estes refugiados, que começaram a chegar há vários meses devido a problemas alimentares no seu país.
   
Nas ruas da capital regional, dezenas de mulheres e crianças, em farrapos, mendigam comida ou batem simplesmente às portas das casas. 
 
Um morador local, Abubakar Shehu, disse que são muitos, mas difíceis de quantificar.
   
«É um espectáculo patético. Não têm nada para viver e são obrigados a mendigar para poder comer e quando se lhes pergunta porque vieram para a Nigéria, respondem que morreriam de fome no Níger, onde não há nada para comer», acrescentou.
   
A Organização das Nações Unidas estima que 7,8 milhões de habitantes do Níger - mais de metade da população - estão em «estado de insegurança alimentar».

TEMPORADA DE FOME

"Não há muitos lugares no mundo onde você tem uma temporada anual de fome,” “mas Níger é um deles," informou Judy Moore, o diretor de resposta de emergência em Níger para a Visão Mundial.
"Infelizmente, este ano, más colheitas e falta de chuva significava da temporada de fome começou mais cedo que o habitual."

Unicef se une ao Níger na luta contra fome

O país da África ocidental regista uma das piores secas de que há memória e não há previsões que a próxima colheita possa por fim à falta de alimentos; agência da ONU quer garantir alimentação de todas as grávidas e as crianças até aos cinco anos.
Foto PAM

Foto PAM

João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, está a fornecer o sistema de saúde do Níger com medicamentos e equipamentos, bem como a treinar o pessoal médico para combater a situação de fome que se registra no país.

O Unicef pretende garantir que todas as crianças com menos de cinco anos e as mulheres grávidas possam ter acesso aos cuidados de saúde.

Situação crítica

O Níger registra já um ano da maior seca de que há memória no país, com consequências para a população, sobretudo para as mulheres e crianças.

A responsável de nutrição do Unicef, Elisabeth Zanou, declarou que a situação é crítica e a agência está a prever que este ano será muito difícil ao nível da alimentação.

Intervenção

O Unicef está a alimentar com um suplemento terapêutico altamente nutritivo a maior parte das crianças subnutridas que recorrem aos centros de reabilitação contra a fome.

Em colaboração com um parceiro internacional, a agência da ONU tem como prioridades tentar salvar o maior número de crianças e prevenir novos casos de subnutrição.

Não há previsões de que a crise alimentar no Níger termine até ao fim do ano por isso o Unicef vai manter-se no terreno.

http://www.unmultimedia.org/

FAO anuncia 250 mil assinaturas contra fome (Português África)

Abaixo-assinado, na internet, pretende alcançar 1 mil milhão de nomes para pedir aos governos que façam do tema a sua maior prioridade.
Foto PMA

Foto PMA

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, informou ter recebido 250 mil assinaturas numa petição na internet para combater a fome.

O objetivo da FAO é conseguir 1 milhão de nomes para enviar o abaixo-assinado aos líderes de todo o mundo.

Número Inaceitável

A organização quer que os governos façam do tema sua maior prioridade.

O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, disse que 1 bilhão de pessoas no mundo não têm o que comer. Segundo ele, qualquer um que acreditar ser este um número inaceitável deve assinar a petição.

A campanha foi lançada pelo ator britânico Jeromy Irons, e tem utilizado ferramentas dos media para angariar mais apoio. Os interessados podem procurar o site 1billionhungry.org para assinar o documento ou declarar o seu apoio no Facebook.

O prazo para assinaturas termina em Novembro.

Acesse o vídeo da FAO.

 

 

 

 

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